Uma importante ação para a recuperação de áreas que apresentam degradação ambiental em Vitória teve início na tarde desta terça-feira (19), quando ocorreu a assinatura do contrato para reflorestamento com mais de 200 mil mudas de árvores de espécies nativas.
A iniciativa faz parte da ampliação da cobertura florestal da Mata Atlântica, por meio do Programa VixFlora, desenvolvido pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semmam), com o objetivo de plantar uma muda de espécie nativa por habitante, e conta com recursos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
“Esta é uma pauta extremamente relevante e que tem nos inspirado para uma cidade cada vez melhor. É muito significativo para nós anunciarmos o plantio de 200 mil árvores. As ações realizadas, atualmente, demonstram a força do trabalho e a potência que se tornou a cidade na pauta ambiental e vem impactando positivamente a vida de todos. Quando partimos para uma meta tão ousada como essa é porque temos segurança para fazer bem. Não daremos um tiro no escuro. Temos planejamento, preparação para que essa meta seja atingida. O meio ambiente sustentável e equilibrado é um legado”, afirmou o prefeito Lorenzo Pazolini.
A solenidade contou a presença de lideranças comunitárias, parlamentares, secretários e servidores da Prefeitura de Vitória.
O representante da ONG SOS Mata Atlântica, Sandro Firmino, enfatizou também ser esta uma pauta muito importante para a capital e para o meio ambiente. “Temos conhecimento do nível de desmatamento que vem ocorrendo no país, e uma iniciativa como esta, de um a gestão comprometida, é a garantia de um futuro com qualidade. Mais uma vez a humanidade e a natureza agradecem. É um legado para esta geração e para as futuras também”, afirmou.
“Essa assinatura é muito importante porque vai nos beneficiar na qualidade do ar que a gente respira e na questão da proteção da cobertura vegetal, melhorando o clima da cidade. Ter uma área verde é essencial para nós moradores e visitantes da cidade. É uma excelente conquista para Vitória”, disse o presidente da Associação de Moradores do Parque Moscoso, Felipe Melo.
Intervenções
Estão previstas intervenções em 41 áreas do município, que somam 90,66 hectares (equivalente a 90 campos de futebol), por meio da introdução de mudas de espécies florestais nativas do bioma Mata Atlântica. Entre estes locais, ressaltam-se as unidades de conservação, áreas de risco e as Áreas Verdes Especiais (AVE).
“Esta é uma recuperação histórica para o meio ambiente de Vitória, com o plantio das mais de 200 mil mudas de espécies nativas. O município conta com um ecossistema significativo de Mata Atlântica e grande parte de seu território é abarcado por Unidades de Conservação. Além disso, esta iniciativa também possui um relevante interesse social uma vez que boa parte dos reflorestamento será executado em áreas de risco”, destacou o secretário municipal de Meio Ambiente, Tarcísio Föeger.
Ainda de acordo com o secretário, essa é uma ação inédita e consiste na execução de técnicas de implantação e manejo florestal para formação de novas florestas, além de favorecer o equilíbrio biológico e ampliar a biodiversidade de áreas em processo de recuperação. Ele ressaltou que, além dos consagrados benefícios ambientais, paisagísticos e climáticos, as florestas também exercem outras importantes funções para as áreas urbanas.
“Assim, vamos ajudar na contenção da ocupação desordenada sobre áreas de risco geológico, na redução da erosão do solo e seus consequentes agravamentos, como os deslizamentos de encostas e o carreamento de solo que obstrui as redes de drenagem urbana”, completou Tarcísio.
Espécies e áreas
Dentre as espécies nativas da Mata Atlântica que serão plantadas estão: jequitibá-rosa, braúna, cedro, ipê-amarelo, ingá, pau-ferro e sibipiruna, entre outras. Os bairros/regiões que receberam a intervenção são: Santa Cecília, Jesus de Nazareth, Morro de Santa Helena e São José, São Benedito, Romão, Forte São João, Cruzamento, Fradinhos, Resistência, Redenção, Conquista, Santa Tereza, Piedade e Bairro da Penha, além de unidades de conservação, áreas de risco e as Áreas Verdes Especiais (AVE).
Técnicas florestais
Diferentes técnicas florestais serão utilizadas, específicas para três diferentes tipologias de áreas, classificadas de acordo com a situação atual da cobertura do solo. As áreas classificadas na tipologia 1 somam 32,25 hectares de áreas degradadas desprovidas de cobertura florestal, as quais serão integralmente reflorestadas.
As áreas da tipologia 2 somam 28,26 hectares com cobertura de Mata Atlântica em estágio inicial de regeneração, porém invadidas por cipós e espécies exóticas que retardam o desenvolvimento da floresta.
As áreas da tipologia 3 possuem cobertura remanescente de antigos reflorestamentos da década de 1990, mas que foram implantados com espécies exóticas de alto potencial invasor, onde as espécies nativas não conseguem se estabelecer.
Programa
A ampliação da cobertura florestal da Mata Atlântica é fruto de parceria entre a Prefeitura de Vitória e o Banco Interamericano de Desenvolvimento e está sendo viabilizado através do Contrato de Empréstimo nº 4617/OC-BR. O período previsto para implantação é de 36 meses.
Fonte: Prefeitura de Vitória