Viveiristas e agricultores têm investido na produção e plantio de mudas com a tecnologia do paper pot, recipiente feito com papel 100% biodegradável e compostável.
O Viveiro Nova Floresta, no município de Aracruz, após sucesso com as mudas de espécies nativas e grande procura na região, ingressou no mercado do agronegócio comercializando mais de 200 mil mudas de mamão por mês e outros 200 mil recipientes são vendidos para terceiros produzirem suas mudas de café.
Importado da Dinamarca, o papel é produzido pela empresa Ellepot S/A a partir de fibras de celulose provenientes de florestas manejadas de forma responsável e certificadas pelo Forest Stewardship Council (FSC®), atendendo aos mais rigorosos padrões internacionais de sustentabilidade e compromisso ambiental.
O papel é projetado para que as raízes das plantas o atravessem facilmente, promovendo um enraizamento saudável e vigoroso, informa o gestor do Grupo Viveiro Nova Floresta, Adriano Alves da Luz.
“Isso garante que as raízes cresçam de forma contínua e uniforme no viveiro e quando vão para o campo. Como o produtor não precisa remover o papel para o plantio, reduz o estresse das plantas aumentando a taxa de sobrevivência das mudas, o que ajuda na adaptação mais rápida ao solo e no menor risco de choque no sistema radicular, o que é essencial para o sucesso do cultivo”, explicou o gestor.
A depender das condições climáticas, as mudas de mamão no paper pot vão para o campo entre 18 e 25 dias, enquanto no tubete ou na sacola entre 35 e 45 dias, relata o sócio-administrativo do setor de mamão do viveiro, João Batista Favalessa Junior. Pelo fato da sexagem ser mais rápida, a primeira colheita é realizada, a depender do manejo do produtor, até 60 dias antes de outros métodos de plantio.
“Se comparada à sacola, outro ponto importante é que o paper fica livre de Phytophthora palmivora, fungo que ocasiona o apodrecimento das raízes. Na terra também há nematóide e uma vez a muda infectada o produtor precisa lidar com a questão. Como usamos substrato feito com palha de arroz carbonizada e turfa no lugar da terra, a muda sai do viveiro livre de doenças”, comentou Junior.
No viveiro, um investimento na ordem de R$ 1,5 milhão, são comercializadas para o mamão recipientes com diâmetro de 35 milímetros. Além das 200 mil mudas vendidas por mês, outras 30 mil unidades do recipiente vão para viveristas e produtores produzirem suas próprias mudas da referida fruta.
Para mudas de café são vendidos os diâmetros de 40 e 50 milímetros. O empreendimento comercializa suas mudas em maior parte para os municípios do Norte e Noroeste do Brasil. As embalagens levam em média de 4 a 6 meses para se decompor no solo.
Em 2024, o Viveiro Nova Floresta, pioneiro no Espírito Santo na produção de nativas no paper pot, atingiu a marca de 2 milhões de mudas vendidas, contando com um leque de até 200 espécies. Atende clientes como Mombak, uma das maiores produtoras de carbono do mundo (que atende a Microsoft), a Re.green e a Petrobras.
Fonte: Revista Campo Vivo – Especial Tecnologia