Startup vai levantar US$ 37,5 milhões com instituição de fomento dos Estados Unidos
Empresa criada por ex-executivos do mercado de tecnologia e inovação, a Mombak fechou sua terceira operação de financiamento para avançar em compra e arrendamento de terras para colocar de pé seus projetos de reflorestamento na Amazônia com espécies nativas. A startup vai levantar US$ 37,5 milhões com a U.S. International Development Finance Corporation (DFC), instituição de financiamento ao desenvolvimento do governo americano.
Com isso, a Mombak já acertou a captação de US$ 100 milhões em financiamentos, sendo US$ 36 milhões em bonds emitidos pelo Banco Mundial em agosto, R$ 160 milhões com o BNDES via Fundo Clima e Finem também em agosto, e os US$ 37,5 milhões do DFC aprovados em outubro e anunciados durante a visita do presidente dos Estados Unidos Joe Biden ao Brasil por ocasião da Cúpula do G20.
Com esses recursos, a companhia estima que consegue reflorestar entre 8 mil e 10 mil hectares, capturando em torno de 7 milhões de toneladas de carbono da atmosfera, segundo Gabriel Haddad Silva, co-fundador da Mombak. Atualmente, a companhia tem 20 mil hectares em fazendas já adquiridas e em aquisição.
Para conseguir a aprovação da DFC, passaram-se quase dois anos de negociação, afirma Silva. Para a liberação do recurso, a Mombak espera agora fechar mais um contrato de venda de créditos de carbono para apresentar como garantia. Até o momento, a startup já fechou contratos de venda de crédito de carbono com Microsoft, McLaren e Google.
Silva não detalhou as condições dos recursos tomados com a DFC, mas disse que “nos ajuda a reduzir nosso custo de capital” em relação ao que a Mombak tem disponível. Ainda segundo ele, até o momento a empresa está utilizando os recursos do Outcome Bond do Banco Mundial.
Além dos empréstimos, que são alocados nas fazendas dos projetos de reflorestamento, a Mombak tem em sua estrutura de capital mais R$ 120 milhões levantados com investidores internacionais em seu Fundo de Reflorestamento da Amazônia.
“Temos várias frentes de financiamento, e queremos ter o máximo de frentes, porque precisamos de bilhões de dólares para fazer a diferença. Queremos ter um impacto muito grande, e para capturar milhões de toneladas de carbono, é preciso de bilhões de dólares”, afirmou.
Segundo o empreendedor, as primeiras fazendas em reflorestamento já estão começando a passar por processos de certificação para poderem emitir os créditos de carbono, o que deverá ser feito, a princípio, pela Verra, a maior certificadora de créditos de carbono do mundo. “Mas ainda não submetemos à aprovação formal”, disse. A expectativa é que o processo de certificação para o início das emissões dos primeiros créditos leve de três a cinco anos.
Silva ressaltou, porém, que a Mombak ainda está na fase de “executar o básico”. “Nosso foco agora é colocar de pé os projetos”, disse. “Temos uma expectativa de produção de créditos de carbono com base na literatura e em testes em baixa escala. O maior laboratório que tem hoje no mundo são nossos próprios projetos.”
Fonte: Globo Rural