Com impactos na vida de seres humanos, plantas e animais, as mudanças climáticas e as alterações no meio ambiente são há décadas assuntos em destaque. Mas eles ganham cada vez mais importância na medida em que as modificações no clima e os efeitos da poluição se aproximam das nossas realidades cotidianas.
Em 2023, secas e cheias, que provocaram perdas materiais e humanas, fizeram parte do noticiário gaúcho. Os efeitos da emergência climática continuarão sendo sentidos e os jovens estão atentos a isso.
Formado por quatro meninas, o grupo que tratou o tema Meio ambiente e Clima no projeto “2014, o futuro que queremos construir” desde o início trouxe o fato de que, ainda que as mudanças climáticas impactem o mundo, nem todos são atingidos da mesma forma. Uma imagem que ficou marcada e lembrada algumas vezes durante a conversa do grupo foi a de que, ainda que estejamos na mesma tempestade, nem todos possuem o mesmo tipo de barco. Alguns estão mais preparados que os outros.
Essa constatação levou a um dos principais pontos debatidos pelo grupo: o racismo ambiental. Este conceito permite que percebamos que as pessoas mais atingidas pelas mudanças do clima também são as que mais sofrem processos de discriminação, que estão nas periferias e são compostas de minorias étnicas. O conceito também foi abordado no momento da apresentação do grupo de Meio Ambiente e Clima para os outros estudantes, que se manifestaram apoiando a importância do termo para se pensar as consequências e as ações envolvendo as mudanças climáticas.
Os recentes eventos climáticos que provocaram secas e enchentes no RS também foram debatidos. A estudante Suelen Cunha dos Santos, de 11 anos, da Escola Estadual de Ensino Fundamental (EEEF) Professora Léa Rosa Cecchini Brum, de Porto Alegre, contou como episódios de alagamento atingiram pessoas próximas a ela e como a solidariedade foi fundamental.
Estiveram em pauta ainda a questão do lixo e do desmatamento. Assim como Suelen, Steffane Cardoso da Costa Pereira, 13 anos, também da EEEF Professora Léa Rosa Cecchini Brum, e Maria Eduarda Rosa, 13 anos, da Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Grande Oriente do RS, de Porto Alegre, defenderam a importância de que o lixo seja mais bem tratado, com destinação adequada. Elas ressaltaram ainda a necessidade de mais ações de educação ambiental para que haja separação correta entre materiais recicláveis e não recicláveis.
Isadora Urio Fernandes, 18 anos, da Escola Sesi de Ensino Médio Albino Marques Gomes, de Gravataí, destacou a questão da criação animal e como ela muitas vezes ocorre em áreas desmatadas, principalmente na região amazônica. Além disso, falou sobre a importância de o Brasil assumir um protagonismo internacional na defesa ambiental e na diminuição do uso de combustíveis fósseis.
Ao colocar seus desejos para 2024, o grupo teve a colaboração dos outros estudantes, que trouxeram mais temas importantes, como a questão dos refugiados climáticos, da adaptação das cidades e das discussões internacionais.
Por Veridiana Dalla Vecchia- correiodopovo.com.br